quinta-feira, 29 de julho de 2010

O Quatro Grandes de São Paulo no Pós-Copa

Ontem, o São Paulo perdeu por 1x0 para o Inter pela semi-final da Libertadores, enquanto isso o Santos venceu por 2x0 o Vitória na final da Copa do Brasil. Nem Palmeiras nem Corinthians jogaram, mas enquanto o primeiro está animado com sua reconstrução, o segundo, apesar de liderar o Brasileirão, vive um fase de incertezas devido a perda de Mano Menezes para a Seleção. No ano, o Santos despontou com a chegada de Dorival Jr., o crescimento de Neymar e Ganso e a volta de Robinho, o time venceu o Paulistão e está às portas do título da Copa do Brasil; o São Paulo segue jogando um futebol morno, perdeu o Paulista sem vencer um único clássico - apesar de que tenha sido o único grande, além do Santos, a chegar na semi-final - e surpreendeu ao chegar na semi da Libertadores; o Corinthians arrumou-se mal para o ano do seu centenário, foi eliminado precocemente do Paulistão e parou nas oitavas da Libertadores; o Palmeiras, por sua vez, foi um desastre no Paulistão e na Copa do Brasil, sendo eliminado na primeira fase de um e nas quartas do outro frente ao glorioso Atlético-GO

(foto retirada daqui)

De todos os quatro, o Palmeiras é aquele que mais investiu para a segunda metade de 2010, visando, inclusive, um projeto maior. A volta de Kléber e Valdivia para o elenco nada mais é que a correção dos graves erros cometidos por Vanderlei Luxemburgo no segundo semestre de 2008: Ambos eram jogadores que além da boa qualidade, ainda tinham uma grande identificação com o clube e que não deveriam ter sido negociados. Felipão, além de ter sido o maior técnico palmeirense de todos os tempos, depois de sua saída alçou voos mais altos, ganhando até mesmo uma Copa. Falta muito para o time ainda, o título do Brasileirão dependeria de uma reação muito forte, mas a Sul-Americana - que vale vaga para a Libertadores este ano - está aí. Com a devida paciência da torcida e a continuação do trabalho da diretoria, creio que em 2011 o time tem belas chances de entrar com muita força. Confesso que me surpreendi bastante com isso, a gestão Beluzzo parecia-me completamente confusa até este ano, empreender um processo de reestruturação desses foi espetacular - muito embora o fracasso do ano passado se devesse mais ao colapso que o time sofreu pelo superpoder dado a Luxemburgo pela gestão anterior e a contratação errada de Muricy, um erro que custou caro.

(Lancenet)

O Corinthians, de agora para frente, precisa se reconstruir. Adílson é um bom técnico, ainda está em crescimento, mas não é Mano Menezes - aliás, mesmo Mano já encontrava duras dificuldades para montar o time depois do desmonte que se seguiu ao título da Copa do Brasil. As contratações para o ano do centenário foram fartas e sem critério. O tipo da coisa para inglês ver; demorou até as coisas serem arrumadas e quando finalmente foram, o trabalho foi interrompido. Eu não apostaria numa queda livre da equipe, mas creio que o desempenho tende a cair um pouco até (e se) as coisas voltarem a ser como antes - isso tudo depende do quanto Adílson queira alterar o trabalho anterior. Aliás, um ponto a se repensar é o ataque da equipe.


(foto retirada daqui)

O São Paulo estava desgastado no fim da era Muricy e Ricardo Gomes não ajudou a reverter o processo - que, ao contrário, se agravou. Não vejo o elenco do São Paulo como fraco, mas Gomes é. A defesa do São Paulo não tem a mesma excelência de outros tempos e o ataque não se arruma, isso tem muito a ver com tática, trabalho psicológico etc. É muito difícil que o time reverta o placar do primeiro jogo, mas mesmo que o faça, entra em uma posição desfavorável para a final. No Brasileirão, as coisa são mais complicadas.

(Julyana Travaglia - Globoesporte)

Do lado santista, Robinho e André vão embora, Keirrison vem. Neymar e Ganso continuam com a responsabilidade de fazer o time voltar a jogar bem como no começo do ano - e como não faz desde o início do Brasileiro. Claro, se conquistada a Copa do Brasil, tudo fica mais fácil para o decorrer do Brasileiro. Keirrison, aliás, foi um dos melhores centroavantes que o futebol brasileiro revelou nos últimos tempos, ma caiu na conversa fácil dos empresários, saiu prematuramente do Palmeiras e fracassou na Europa. Agora, ele recomeça no Santos do mesmo ponto em que se encontrava há um ano e meio atrás. Se colocar a cabeça no lugar, aprender a ter mais vibração e jogar para o time é jogador para disputar a camisa 9 em 2014 - a questão é saber se ele e o comando técnico do Santos conseguirão operar essa mudança ou se teremos um novo Dodô.

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